Marlene de Souza Castilho nasceu em 1º de dezembro de 1959, no município de Faxinal-PR. Filha de Sebastião Brasileiro de Souza e Onorinda Franco de Souza, era a segunda dos nove filhos do casal.
Ainda bebê, juntamente com seus pais, radicou-se em Jardim Alegre-PR, onde - já na infância - revelou grande espírito de responsabilidade e fraternidade ao dispensar extremo zelo pelos seus irmãos, especialmente em relação aos mais novos que ficavam sob seus cuidados.
Virtudes, tinha de sobra. Sempre se destacou pelo afinco aos estudos ao qual se aliava a lealdade, solicitude, generosidade e amizade. Com a sua família humilde aprendeu o valor e a importância do caráter, da união e de uma sólida formação religiosa.
Entre os anos de 1966 a 1970, cursou as séries iniciais no Grupo Escolar Cristóvão Colombo, então conhecido por “Grupinho”. Entre 1971 a 1974, da 5ª a 8ª no Ginásio Estadual Anita Garibaldi. Posteriormente, em Ivaiporã-PR, ante a ânsia de transformar o magistério numa profícua troca de conhecimentos e formação, optou por cursar a Escola Normal, o que o fez entre os anos de 1975 a 1977. Finalmente, em julho de 2001, graduou-se em Letras Português/Inglês pela Faculdade UNIVALE, também de Ivaiporã-PR.
O germe da vocação despertou na adolescência nas leituras, entre outros autores, de Machado de Assis e José de Alencar.
Durante o curso do magistério, em 1977, começou a exercer seu sonhado múnus de professora e educadora. Para ela – que amava o saber e tinha ciência da importância de sua atuação na formação das crianças visando um país mais digno e justo – a mencionada profissão sempre foi motivo de orgulho e dedicação.
Trabalhou em escolas rurais deste município e, nos 22 anos e 03 meses que se dedicou ao magistério, entregou-se por inteira aos alunos que ingressavam no mundo das letras. Desta convivência perene com as crianças – as quais trazem em seu âmago um universo de curiosidade e um desejo, até certo ponto incontrolável, de aprender e aferir conhecimentos – obteve diversas e inesquecíveis experiências de vida.
Entre 1996 a 2001, ocupou o cargo de diretora na Escola Municipal Dílson Teixeira Coelho. Durante este interregno, os professores que compartilharam da sua companhia são testemunhas do seu dinamismo, amabilidade, integridade e denodo na função, características essenciais a este verdadeiro sacerdócio que é o magistério.
Além de se dedicar aos seus alunos, também foi uma mãe zelosa e uma esposa exemplar. Casou-se com Santin Sergio Castilho no ano de 1987, com o qual teve dois filhos: Edgard Sergio Castilho (em 1988) e Maria Helena Castilho (em 1990).
Nos anos de 2001 a 2007, Marlene viveu com a família na Cidade de Rio Claro-SP, onde ocupou o cargo de gerente da empresa de seu irmão, Remildo de Souza. Deste período, salienta-se a docilidade e a harmonia com que mantinha a convivência com os demais funcionários.
Mas, a semente de ensinar - que ficara latente em seu ser - fez com que - em 2008, no aludido município de Rio Claro - retornasse às salas de aulas, dando-lhe com esta oportunidade a possibilidade de mergulhar no mundo mágico do conhecimento, de se reinventar para apreender e repassar ao próximo.
Precocemente partiu deste mundo, em 21 de abril de 2009, deixando saudades e doces lembranças tanto aos seus familiares quanto a todos que tiveram a alegria de conhecê-la.
Acerca desta brilhante homenagem, destaca-se que a escolha do seu nome para a Biblioteca Cidadã foi feita de forma unânime pelos vereadores deste município. Isso nos traz a certeza de que, além de todo o seu carisma pessoal, o seu trabalho como profissional da educação não foi em vão. Marlene sempre procurou se doar por inteiro ao próximo. Tal doação se reifica e haverá de se reificar muitas vezes em cada gesto de uma criança ou adulto que tiver um livro nas mãos.
Sua lição de vida cabe no seguinte pensamento de Paulo Freire, educador e entusiasta dos efeitos que a educação produz no homem de que “Acreditamos que a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos.”
E por tudo que realizou a cidade de Jardim Alegre prestou-lhe uma homenagem neste ano de 2011 ao dar o seu nome à Biblioteca Cidadã da cidade. E no mês em que comemoraríamos seu aniversário a Rádio Cidade relembra a bela história que a Professora Marlene escreveu na vida dos que tiveram a honra de conhecê-la e que foi exemplo de educadora e cidadã exemplar.
Segue abaixo algumas fotos da inauguração da Biblioteca Cidadã - Profª Marlene de Souza Castilho.
